Santa Maria 166 anos

Rusha, semeando saberes ancestrais

Rhaianny Silva Pinto é artista visual, arte educadora, produtora cultural e ativista do movimento negro e da luta por terra e território, moradora da ocupação urbana vila resistência e uma das fundadoras do Grio ateliê, espaço de arte e cultura vileira. Seu nome artístico, Rusha , significa libertar-se.

É formada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Santa Maria. Em sua pesquisa estética, explora questões acerca da ancestralidade, memória, identidade, espiritualidade, resistência e simbologia negra. Inspira-se nos saberes dos que vieram antes de mim, dos provérbios e oralidades afro-brasileiras.

Rusha lembra de alguns pontos de Santa Maria para homenagear neste 17 de maio: começando pelo Museu Treze de Maio, que completou 120 anos de existência em 2023. E que, desde então, é um importante espaço de memória, cultura, arte, coletividade, pertencimento e resistência do povo negro, passando por outros como a Caixa Preta, dos Ateliês da Gare, do Espaço Cultural Victorio Faccin, da antiga e tão importante CASA 9 e Casa Bamba, do Guandu, do MASM, do Solar, do Brique da Vila Belga, do PRAXIS, do Alternativa, da TV OVO, dos Cine Clubes, do Rockers, do Brique da Vila Belga e a Batalha dos Bombeiros.

- É a cidade da Tekoá Guaviraty Porã do povo Guarani e da Aldeia Três Soitas do povo Kaingang. Também é a cidade do Emaet, uma Escola Municipal de Artes, gratuita que neste ano completa 42 anos. Santa Maria é conhecida como cidade cultura por que historicamente teve povo junto, se unido, se organizando, se movimentando, ocupando os espaços públicos e garantindo acesso a arte e cultura de forma autônoma. Com tudo isso não tem como não se orgulhar de tanta história, memória e identidades.

Salienta a importância do curso Práxis – Coletivo de Educação Popular UFSM, que foi pelo qual Rusha estudou e garantiu seu acesso ao Ensino Superior.

- E lá, a partir da riqueza de culturas, identidades, vivências, realidades e existências múltiplas vindas de diversos lugares do Brasil e do mundo a partir do Enem, fez com que eu tivesse acesso a pessoas que fizeram eu enxergar ainda mais toda a grandeza que forma o nosso Brasil no campo da arte e cultura e da vida como um todo. Eu acredito que somos nós, as pessoas, que formamos uma cidade, uma cidade ela só existe por que é formada por inúmeras identidades, histórias e memórias, que vão construindo, ressignificando e transformando constantemente essa cidade tão rica.

Um pedido da artista é para que se continue espalhando em Santa Maria boas sementes, sementes de coletividade, solidariedade, empatia, afeto, cuidado, respeito, humildade e esperança. Comenta que Santa Maria é uma cidade muito rica culturalmente, com uma potência de artistas e agentes culturais periféricos que precisamos dar cada vez mais espaços e visibilidade.

- Santa Maria não é diferente da história das diversas regiões e cidades do Brasil na questão da formação social, um lugar com uma rica história e herança negra e indígena mas que muitas vezes é esquecida, invisibilidade e marginalizada. Eu estando falando aqui mostra um pouco que o cenário está mudando, mas ele só está mudando devido a toda a organização, visibilidade e abertura de caminhos que nossos povos vem abrindo. Assim o meu trabalho justamente é para trazer toda a grandeza que forma a nossa história, cultura, arte, simbologia, identidade, memória e modo de ser, ver e sentir dos nossos povos.


Conheça a história de outras pessoas que levam Santa Maria no coração: 

Dartagnan Luiz Agostini e a defesa da educação​ 

Cláudia Bassoaldo, uma vida dedicada a docência

National Dog: Santa Maria, a cidade do Xis

Beto Pires, Santa Maria, a canção do coração

Érico Flores, representando Santa Maria ao redor do mundo

Amanda, capítulos entrelaçados

Nikelen Witter: “Santa Maria tem esse poder: o de nos mostrar que há um mundo vasto e que nos integramos a ele”

Enéias Tavares, Santa Maria como inspiração

Robson Centurião: paixão pelo futebol e por Santa Maria

Jean-Pierre, uma vida dedicada ao esporte santa-mariense 

Denise Ribeiro não é santa-mariense, mas considera a cidade seu lugar no mundo 

Sonia chegou a cidade já adulta, mas viveu os momentos mais marcantes aqui 

Debora Irineu Gasparetto: "Sou uma santa-mariense apaixonada por minha cidade"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Cláudia Bassoaldo, uma vida dedicada a docência Anterior

Cláudia Bassoaldo, uma vida dedicada a docência

Dartagnan Luiz Agostini e a defesa da educação Próximo

Dartagnan Luiz Agostini e a defesa da educação

Geral